Ela veste moda francesa. E você?

Eu com certeza devo vestir, made in China, Korea, Tailândia, Marrocos etc.,

Essa semana assisti um documentário sobre a atual polêmica no mundo da moda. A reportagem foi no sentido de mostrar que atualmente está cada dia mais complicado produzir na França.

O jornalista foi até um salão de moda em Paris na tentativa de encontrar pequenas marcas que fabricassem seus produtos na França. Com muita dificuldade ele encontrou uma meia dúzia de marcas, as quais afirmaram fabricar suas peças aqui. Porém quando ele foi até referidas fábricas e ateliers, a estória era diferente, apenas as etiquetas eram costuradas na França!

Os pequenos que estão começando agora, não têm escolhas, a fabricação na China, por exemplo, é nove vezes mais barata do que na França.

Pela matéria, ficou claro que os únicos que fabricam na França, na atual conjectura são as grandes grifes de luxo, pois elas primam pela qualidade de seus produtos, e fabricando no exterior fica complicado controlar esse padrão.

Na foto o modelo veste algumas grifes francesas. As setas indicam a cidade francesa
onde as mesmas são produzidas.

Na reportagem os pequenos criadores afirmaram que são obrigados a seguir o que determina o mercado, mas para isso enfrentam muitos problemas.

Todos afirmaram que quando abrem a mercadoria que chega do estrangeiro, antes têm que fazer orações, pois o risco de ter surpresas desagradáveis é muito grande. Na maioria das vezes peças com numeração trocada, tamanhos errados, defeitos de fabricação, peças faltando botões, zíperes, descosturadas, tecido de péssima qualidade, enfim, muitos prejuízos, principalmente com a perda de tempo. Mas todos garantiram que mesmo com todos esses problemas de qualidade e logística, ainda é mais rentável produzir no exterior.

Pela matéria ficou claro, que hoje é quase impossível conseguir montar sua marca e produzir na França. Percebi também que o mercado têxtil vêm passando por sérios problemas aqui na França, justamente por este motivo. Muitas empresas já fecharam e outras estão correndo este risco.

Interessante que preparei este post ontem, e hoje recebi uma revista nova, falando exatamente sobre este mesmo tema.

Esta revista fez uma pesquisa com alguns poucos novos estilistas que produzem suas peças na França, e eles afirmaram que 50% de sua produção é “made in France”, já o restante é produzido no estrangeiro, caso contrário eles não conseguiriam estar no mercado.

A grande Estilista francesa do momento Agnés B. deu sua opinião, vejamos:

O que é o made in France?

E um savoir-faire(saber fazer), que ela diz contribuir a mantê-lo desde a criação de sua marca em 1976.

Ela diz ainda que é muito importante dar valor a indústria francesa, para evitar que ela venha a morrer, e que pessoas fiquem desempregadas.

Agnés, disse ainda que está preparando uma pesquisa para o Governo Francês sobre este assunto.

Ela tem o mesmo discurso de sua classe, ou seja, também é obrigada a produzir uma parte de suas peças fora da França. E elenca a mão de obra como um desses problemas, uma vez que na Tailândia, por exemplo, um minuto de trabalho é 70% mais barato do que na França. Diz ainda, que se as pessoas voltarem a produzir na frança, com certeza as empresas contribuirão para aumentar o volume de sua  produção e conseqüentemente os preços deverão cair.

Eu tenho consciência que este  é um problema a ser muito estudado pelos governantes, pois existem  alguns itens nesta questão a serem analisados. Um deles é manter a indústria interna aquecida, pessoas empregadas etc., Mas em contrapartida também precisamos de preços atrativos, caso contrário o consumidor não terá acesso, e portanto terá crise no setor da mesma maneira.Porém preços atrativos que  NÃO SEJA provenientes de mão de obra escrava ou infantil. 

Eu particularmente acredito na produção interna, pois nela os governantes tem como controlar.Importação é necessária para equilibrio da economia mundial, porém não como está ocorrendo com a China, que virou uma espécie de depósito do mundo.