Já tem alguns dias que gostaria de fazer um “post” sobre queijos
franceses, porém como temos aqui uma diversidade grande deste produto fica
complicado escolher por onde começar.
Já que temos que começar, vamos então falar de um tipo de queijo não
muito conhecido dos brasileiros, o qual é um queijo saboroso e que sempre tenho
em minha casa, tendo em vista que o mesmo é fabricado na região de nascimento
do meu marido – A Savoie.
O queijo é chamado de REBLOCHON, o qual é um queijo francês da região da
Haute –Savoie e Savoie, nascido no Massif dês Aravis, no vale de
Thônes e Du Val d´Arly.
É um queijo feito com leite de vaca com massa prensada não cozida. Feito
exclusivamente a partir do leite cru e sem utilização da pasteurização.
O leite é obtido das vacas da montanha, conhecidas pelas raças
Abondance, Tarine e Monbéliarde.
Abondance |
Mobèliarde |
Possui uma forma cilíndrica com 14 centímetros de diâmetro
e 3,5 centímetros de altura, com peso que varia entre 450 a 550 gramas. Sua
casca é amarelada com uma leve camada esbranquiçada _ o que afirma sua
qualidade.
O melhor período para sua degustação é a partir do mês de
maio à setembro, depois de um período de seis a oito semanas de afinagem.
Entretanto os Savoyards falam que este queijo é bom para ser consumido em
qualquer período do ano.
Ele é um queijo firme ao exterior com seu interior cremoso.
Seu odor não é dos mais agradáveis, entretanto com este queijo faz-se
excelentes pratos da cozinha Savoyard , como a famosa Tartiflette, que nada
mais é do que lascas de batatas cozidas com creme de leite, bacon, coberto com
muito queijo reblochon.
É um queijo complicado para transportar-se, uma vez que ele deve
ser mantido numa temperatura ambiente em torno de 16°C, não suportando o calor
excessivo.
Ele é beneficiado com o selo AOC, o qual significa –
Apelação de origem controlada. E esse controle é super rígido.
Uma das coisas que mais me chama atenção por aqui é o valor
agregado que esse povo consegue dar aos seus produtos. Exemplo de produtos com
valores agregados são o que não faltam.
Posso citar produtos tidos como simples, porém super desejados mundo a fora, como: a flor de sal de Guérande na Bretanha (a primeira camada de sal que brota na superfície, a qual no dizer dos franceses é mais leve, portanto um sal especial), os caramelos (aquela balinha que nossas mães faziam com açúcar derretido. Produtos estes que não tem nada de extra, a não ser Marketing.
Posso citar produtos tidos como simples, porém super desejados mundo a fora, como: a flor de sal de Guérande na Bretanha (a primeira camada de sal que brota na superfície, a qual no dizer dos franceses é mais leve, portanto um sal especial), os caramelos (aquela balinha que nossas mães faziam com açúcar derretido. Produtos estes que não tem nada de extra, a não ser Marketing.
E para conseguir isto eles organizam-se e buscam parcerias com os órgãos públicos, sindicatos e proprietários, os quais trabalham para atestar a qualidade e controle desses produtos.
Ontem mesmo conversando com meu marido, ele me explicava
sobre este processo de criação e comercialização do queijo reblochon.
E pasmem! Todos os produtores deste tipo de queijo pertencem
ao Sindicato (UPR – União dos Produtores de Reblochon), o qual decide tudo que
diz respeito ao mesmo.
Para vocês terem uma idéia um produtor de reblochon recebe
determinada quantia de pastilhas do Sindicato, a qual serve para embalar o produto.
Tal quantia de pastilhas significa a quantidade de queijos
que um determinado produtor poderá produzir naquele ano. Só produzem a
quantidade determinada pelo Sindicato, isso faz com que agregue valor ao
produto, não produzindo além do que comporta o mercado.
Se deixasse pela vontade do produtor como ocorre no Brasil,
teriam produtos em excesso no mercado, e com isso os preços despencariam.
Isso que eles fazem aqui é saber dar valor aos seus produtos,
produzir algo com qualidade e ao mesmo tempo de forma controlada, ou seja, com
uma produção restrita, o produto ganha fama de quase algo “raro” e conseqüentemente
ganha preço no mercado.
Isso que nós brasileiros temos que aprender a fazer _
Organizar sindicatos e trabalhar em parcerias. Temos que parar com essa
mentalidade de querer enfrentar o mercado sozinho, e ganhar sozinhos. Aqui
quando um ganha todos saem ganhando.
Não basta saber fazer, é necessário saber fazer e saber
vender e nisso os franceses são mestres.
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